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Estudantes portugueses de Medicina 07/03/2009

Posted by sergioreis86 in Uncategorized.
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         Os estudantes de Medicina, seja em que país for, merecem toda a preocupação por parte da sociedade, pois, serão eles no futuro a nossa melhor ajuda para cuidar da nossa saúde. Não são eles que estarão para nos atender quando sentirmos uma dor “aqui ou ali”? Não são eles que tentarão curar todas as nossas doenças? Então, parece-me realmente indispensável, que sejam fornecidas as melhores condições possíveis, para a formação dos nossos futuros médicos.

         É um facto que cada vez é maior o número de estudantes portugueses nesta área em universidades estrangeiras, principalmente em Espanha e na Rep. Checa, sendo que esse facto deve ser analisado profundamente, visto que não vemos muitos espanhóis, por exemplo, a frequentar cursos nas nossas universidades. Após alguma reflexão, acompanhada de pesquisa, cheguei a algumas conclusões que justificam esta situação: as nossas universidades estão lotadas, ou seja, não têm capacidade para receber mais estudantes e as médias para conseguir entrar neste curso em outros países é menor. Decidi deixar de lado as justificações das universidades e ensino serem melhores e o nível de vida nos países ser desnivelado, pois o que me interessa aqui é analisar as condições disponibilizadas neste curso. Será que a média exigida não será um pouco alta? Por a média ser inferior em Espanha quer dizer que ali têm pior formação? Após várias idas ao hospital, é facilmente constatável que não, pois temos uma enorme quantidade de médicos espanhóis a exercer no nosso país, sinal este, de que possuem apetências para tal.

         Encontram-se em análise estas situações pelo nosso Ministério da Saúde, que procura tomar medidas para tentar melhorar o nosso Sistemas Nacional de Saúde (SNS) que, sejamos críticos, apesar de gratos, deixa muito a desejar.

         Uma das medidas a tomar, para combater a reconhecida falta de médicos em Portugal, é fazer com que os alunos que se encontram a frequentar este curso no estrangeiro, possam vir terminar o curso a Portugal, para posteriormente exercerem a sua actividade no nosso país. E então pergunto-me: estes alunos não tinham apetências suficientes para tirar este curso, e agora passado uns anos, e após terem recebido formação em outros países, já são competentes o suficiente? Na minha opinião, e ela vale o que vale, algo está mal nesta situação. É certo que haja uma selecção dos alunos para estes cursos, só não me parece que ela seja a mais correcta.

         Ana Jorge, a nossa Ministra da Saúde, veio a público transmitir a sua preocupação em aumentar o número de médicos no nosso país, sendo que a medida que referi anteriormente, juntamente com o recrutamento de médicos estrangeiros, são as duas acções em perspectiva para combater a carência nos nossos serviços de saúde. Volto a questionar-me se a solução passa por trazer médicos cubanos, entre outros, para o nosso país em vez de aproveitarmos e ensinarmos os muitos jovens que pretendem seguir esta área, numa altura em que o desemprego possui percentagens deveras assustadoras?

         É um facto que a privatização nesta área, veio carenciar ainda mais os nossos hospitais, e todas as medidas que possam ajudar a ultrapassar esta situação, terão que ser realmente bem-vindas.

         A nossa ministra afirmou ainda, que existem 700 estudantes portugueses a estudar no estrangeiro, destes, 200 estão a terminar o curso. Não seria mais aconselhável trazer estes jovens para Portugal ao invés de trazer pessoas de outros continentes? (Não é que eu seja racista, porque realmente não o sou, mas acho mais proveitoso para o país “dar a mão” aos nossos, como se costuma dizer por cá)! Mas existe aqui uma situação que prendeu a minha atenção: estes jovens quando procuram regressar ao nosso país para exercer a sua actividade, são desvalorizados e ate discriminados, não só na obtenção de cargos, como nos salários. Parece-me portanto, que não seja muito aliciante para estes jovens prestar um serviço a um país que os obrigou a ir para fora, procurar realizar os seus sonhos, e que ainda por cima os discrimina no seu regresso.

         Analisando outro aspecto, o reitor da Universidade de Lisboa, José Fernandes e Fernandes, veio afirmar publicamente que a universidade não poderá aumentar o número de vagas, porque não possui as condições necessárias para formar mais médicos, apontando como possível solução, a parceria com clínicas externas, para que estas pudessem fornecer a formação necessária aos alunos. Por isso, a intenção da nossa Ministra da Saúde de procurar trazer para cá alunos de medicina para terminar o curso, fica um pouco comprometida, visto que as nossas universidades não possuem as condições necessárias. Se não temos médicos e não temos capacidade para formar mais, sinceramente vejo muito difícil o melhoramento do país na tão importante área da Saúde.

         Para concluir, deixo como minha opinião, que a solução passa por criar condições nas nossas universidades e melhorar o Ensino em geral, para que elas possam receber mais jovens alunos, que perseguem o sonho de exercer esta profissão (que tão difícil é!), fornecendo-lhes as condições necessárias para a sua formação não só como profissionais, mas como pessoas. Parece-me ainda, que seria benéfico especializar mais os nossos médicos, e abrir um maior número de vagas nas áreas da saúde que estão mais carenciadas. Evitando assim a aglomeração de médicos em algumas áreas, contrastando com a escassez em outras, também deveras importantes.

         É urgente começar a pensar em melhorar muitos aspectos no nosso país, começando pela mentalidade, pois está a ocorrer uma fragmentação enorme ultimamente e por muito que me custe, não estou a ver um fim à vista.

 

Deixo-vos estas questões para reflectirem, porque ninguém irá melhorar o nosso país por nós!

Até Breve!